Reflexões
Nenhum eu, nem mesmo o mais ingénuo, é uma unidade, antes sim um mundo extremamente multifacetado, um pequeno céu estrelado, um caos de formas, estádios e condições, heranças e possibilidades. O facto de cada um por si aspirar a considerar este caos uma unidade, e falar do seu eu como se se tratasse de uma manifestação simples, fixa e solidamente modelada, claramente delimitada - esse engano, que é inerente a qualquer ser humano (mesmo superior), parece ser uma necessidade, uma exigência da vida, como a respiração ou a alimentação. O erro assenta numa simples transferência. De corpo, todo o homem é uno; de alma, nunca.
Hermann Hesse, in "O Lobo das Estepes"
Hermann Hesse, in "O Lobo das Estepes"
Labels: Pensamento
1 Comments:
At 5:41 pm,
Leonor said…
Para além de declarar o óbvio, parece-me acima de tudo, um post muito conveniente.
Há quem possa tentar arrogar-se este tipo de raciocínio para ter mais do que uma cara consoante os seus próprios interesses e situações. Isso, eu já não chamo ser-se humano, chamo ser-se cobarde, que é muito diferente.
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